Coach como designer

agosto 13, 2020

Certas ações, atitudes e, principalmente, valores, parecem permear a ação de um líder-coach. Compartilho algumas que se tornaram evidentes em nossa prática.

  1. O foco do coaching está no processo que busca obter melhores níveis de desempenho. Se o liderado estiver iniciando na função, o foco será garantir uma efetiva integração social para que a melhor performance ocorra rapidamente.
  2. O líder – como coach – interessa-se profundamente pelas pessoas, suas características, o que elas têm de melhor. Faz parte dos valores do coach este interesse. Ele sabe que as pessoas não mudam suas personalidades como trocam de roupa, e nem se tornarão intelectualmente diferentes do dia para a noite.
  3. O líder-coach escolhe com quem quer trabalhar. Forma sua equipe. E se coloca no papel de provedor.
  4. Como coach, e como líder, atribui responsabilidades e transmite confiança na capacidade das pessoas em usarem seus julgamentos.
  5. O líder-coach mantém canais abertos para a troca de feedback, e não gasta dinheiro com processos formais de avaliação 360 graus. Ele age em 360 graus. E sempre investe no auto e hetero conhecimento. E trata isto com humildade.
  6. O líder-coach interessa-se em compreender os limites do potencial de seus liderados. Sabe o quanto a permanência de seu liderado em determinada função trará benefícios para o liderado e para o grupo; e está atento ao momento em que o potencial do liderado começa a se mostrar maior que o cargo.
  7. O líder-coach também está atento aos motivos que levam o seu liderado a não desempenhar o seu melhor dentro do escopo de função.
  8. Agora, o líder-coach será um designer. Cada pessoa tem suas singularidades. Provavelmente, o bom líder-coach já as conhece.
  9. O bom designer considera as particularidades do porquê certas pessoas não desempenham tanto quanto poderiam.
  10. designer analisa a relação do liderado com as tarefas e constrói situações para que o liderado se surpreenda, se motive e explore o que percebe como limitações, para que ouse experimentar.
  11. O líder-coach sabe que mudanças de atitude passam por revisões de crenças, valores, e que para que as pessoas atuem em um novo patamar de comportamento, será necessário estar presente e ‘trabalhar’ com o liderado.
  12. designer é engenhoso. Enxerga à frente. Vislumbra meios para expor seu liderado – com segurança – a novas maneiras de abordar tarefas, relações e decisões.
  13. O líder-coach tem paciência com este processo, e urgência com o desenvolvimento.
  14. O líder-coach e o liderado precisam-se mutuamente.
  15. O liderado só reconhece um líder quando este é capaz de agregar valor ao trabalho do liderado. Do contrário, esta será uma relação submissa, passiva ou formal.
  16. O líder-coach tem claro que é o responsável pelo output de seus liderados. Caso contrário, não haverá esforço de sua parte para manter-se continuamente acompanhando e aprendendo sobre cada liderado, sobre a própria equipe. Ele terá evidências para um processo de apreciação do desempenho percebido como justo.

Uma liderança gerencial com ações em coaching não requer super-pessoas. Liderar é coisa para mortais, gente como nós. Gente que tem nos seus valores um profundo interesse pelas pessoas, tal como elas são, e gente que quer contribuir com um ambiente melhor em torno de si mesmo.

Nota: Artigo publicado originalmente no antigo site do Instituto Pieron.

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